free as a weird

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Sim, o Barcelona me deixou literalmente sem palavras. Mas domingo vem aí.

Enquanto isso, algo literalmente SURREAL foi encontrado num desses milagres que colocar dados na internet pode causar. Achei uma jpg do desktop do meu computador da virada de 2001 pra 2002, 16 anos, 20kg a menos (quem estou enganando, uns 25kg a menos hehehehe), áureos tempos.

A imagem: clique aqui

Detalhe para: Windows 98 bombando, internet discada (segui nessa até me mudar pra SP em julho/2003), o mesmo bom gosto de sempre...

quarta-feira, dezembro 13, 2006

O Inter começou a segunda parte na mesma toada, lembrando até mais o SP do primeiro tempo da semi-final. Tomou o gol, mereceu levar, e por algum tempo foi comandado pelo Al Ahly, mesmo após o gol. Fernandão pregado, sumiu por completo do jogo. Pra piorar, Hidalgo se contunde e é substituído. Logo depois é a vez do Pato, retirado na maca, embora não pareça nada sério.

O Inter foi aos poucos melhorando, mas mais que isso, o time egípcio foi francamente caindo, perdendo as forças, e foi nesse momento que Luiz Adriano, aquele que seis meses atrás foi lançado para ser o Pato de agora (não deu certo, antes hoje tinha feito apenas um gol), fez um belo gol, uma cabeça desviada consciente. Derrubou de vez o time do Al Ahly.

Daí pra frente o Inter cresceu e foi tomando o jogo, sem forçar mais um gol, mas foi mandando na partida. Rubens Cardoso que entrou no lugar de Hidalgo foi muito bem, deu mais opção ao ataque do Inter. Luiz Adriano corria muito, não fez mais que seu gol, o que estava de bom tamanho. Iarley, mal, deu lugar a Vargas que ajudou no toque de bola pra enrolar.

Já nos últimos minutos o time egípcio voltou a assustar com alguns lances, o Inter se protegia com chutões e todos na defesa. Estão certos. Em Mundial é assim mesmo, não se pode pescar. Foi um jogo sofrido, onde nada deu certo, mas o que importa ocorreu: a vitória.

Eu acredito que Fernandão deva mudar. Jogou longe demais do ataque, às vezes tendo que ser marcador, fazendo faltas. Prefiro vê-lo como o atacante que vem do meio, podendo armar jogadas mas ainda assim estando próximo do gol. Iarley sairia do time, pois a fase é do Pato. Melhoraria também para Alex, mais livre para jogar. Não sei quem entraria: Adriano não vem bem, Vargas deixará o time mais defensivo. Gostaria de saber qual a situação do Elder Granja. Ele veio de contusão por longo tempo, perdeu a vaga no time. Mas joga bem na frente, faria dupla inusitada com o Alex: ex-laterais migrando pro meio. Tem o Pinga, mas não se encaixaria na posição, tanto que foi contrato pra ela e não vingou. O Perdigão, francamente, está mais para animador de torcida. Um bom animador, diga-se.

O São Paulo também jogou muito mal seu primeiro jogo no último Mundial. Venceu apertado, e se convenceu um pouco mais foi por alguns raros momentos. O Inter foi mais uniforme em seu jogo, sem tantos picos positivos ou negativos. Precisa melhorar, e muito, pra vencer o Barcelona, e um tanto pra vencer o América, no caso de zebra. Mas o susto inicial é importante e vejo o Inter entrando com uma cara mais forte pra final. Afinal, uma derrota diante do Barcelona se compreende, desde que ela ocorra com luta e empenho.

Realmente muito curiosa esta similaridade entre o primeiro tempo do jogo de hoje entre Inter e Al Ahly, e o primeiro tempo entre São Paulo e Al Ittihad no ano passado. Há duas diferenças. O São Paulo chegou a jogar bem por um tempo, até fazer seu gol e se desligar da partida, já o Inter teve no máximo alguns instantes positivos, bem indivuais. Mas não sofreram um gol, o que nesse caso é mais importante ainda, já que independente do quão abaixo do esperado tenha jogado, segue na frente. É uma partida de eliminatória direta, sem rodeios, estar ganhando é absolutamente necessário.

Foi num lance de sorte, marcado pelas duas estrelas do time nesse primeiro tempo (Fernandão e Pato) que o Inter abriu o placar. Uma bola dividida onde um defensor do time egípcio acabou entregando para o Pato fazer - seria impedimento caso fosse um passe de um companheiro de equipe brasileira, o que não era o caso. Adicionaria também uma estrela ao tão questionado Clemer, que estava em todas quando exigido.

O Al Ahly não tem tanta garra quanto tinha o Al Ittihad, mas é um time bem mais organizado. Impressiona como estas equipes jogam melhor sem nenhuma responsabilidade. O técnico do time egípcio disse em uma entrevista que a equipe vinha melhor para esse Mundial sem a pressão do primeiro, de representar a força africana. Imagine então quando já fizeram a obrigação, da vitória no primeiro jogo. Ele trouxe o time pra campo de forma mais precavida, tirou um atacante, aumentou marcação. Mas é um time com jogadas ensaiadas, do tipo de equipe que se vê o trabalho tático no tempo direto de jogo.

O Inter tem time de sobra pra atropelar no segundo tempo, com uma provável esquentada no time dada pelo Abel. Mas precisa vencer o compreensível nervosismo, que fez jogadores entregarem bolas nos pés dos adversários em possíveis contra-ataques perigosos. E precisa partir pro jogo. A equipe não recuou como fez o São Paulo contra o time arábe ano passado, ele simplesmente não esteve com grande posse durante a primeira parte toda.

Tenho sérios problemas com o esquema tático por enquanto. Acho que está diminuindo o potencial de Fernandão, que embora orquestre belos passes, fica longe do gol. Não atua como um terceiro atacante, está sempre no meio pra trás. Curiosamente, foi o primeiro amarelado numa falta mais forte. E não é ele que substitui a antiga função de Tinga, e sim o Alex. Não vem bem, mas realiza um misto de marcação com armação interessante. Acho que merece jogar mais solto, embora realize bem este primeiro combate. O Pato esteve atrás de todas as bolas, mesmo sem ter feito nada de especial foi talvez aquele que mais mostrou tranqüilidade por parte do time gaúcho.

YouTube às vezes decepciona:

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Precisamos dar um jeito nisso....

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Os dois primeiros jogos do Mundial tiveram pouco a acrescentar nas nossas expectativas. O Al Ahly não evoluiu muito do ano passado pra cá, ainda é um time, no que diz respeito a ter algum tipo de organização. Se faltam jogadores com algum talento, sobra disposição, o que em muitos casos já vale. Especialmente quando seu adversário era um time semi-amador, inferior a times da série C brasileira. Aí ficou fácil.

O jogo de hoje foi bem mais interessante, apesar dos times também não serem nenhuma maravilha. Ao menos dá pra se dizer que houve emoção, e que as duas equipes tramavam jogadas. O Jeonbuk é possivelmente melhor que o Al Ahly, o que torna uma pena que tenha caído no sorteio um confronto dele com o America. Eles sofrem de não saberem fazer gols, perderam chances incríveis. O America é um time mais sólido, com figuras capazes de desequilibrar um jogo. Num fisíco que põe el gordito Ronaldo no chinelo em termos de pança, o Blanco ainda era capaz de algumas jogadas bonitas e que colocavam seus parceiros na cara do gol. O Claudio Lopez, mais em forma, parecia preguiçoso. Quem também deu as caras foi o Fabiano, conhecido de outros tempos são-paulinos, que fez sua primeira partida pelo America. Jogou relativamente bem.

Amanhã é folga do torneio e na quarta tudo esquenta com Al Ahly x Inter.

domingo, dezembro 10, 2006

E vai começar mais um Mundial, agora o de clubes. Pensei em abrir o novo blogue com essa cobertura, mas conclui que a preguiça seria maior, já que atualmente ando ultra atolado com um zilhão de coisas acontecendo. Mas o que não impede de fazer algo pra cá. É o segundo torneio no formato, unindo os campeões de todas as confederações continentais. Segue sendo um mistério o porque dos clubes mexicanos ainda competirem como convidados nos principais torneios da Comenbol, tendo em vista o crescimento da importância da Copa dos Campeões local da Concacaf.

Por aqui os olhos todos estão voltados para o Inter que ao menos para sua estréia na semi-final deve ousar num esquema bem ofensivo, com Alexandre Pato e Iarley na frente, Fernandão num combo meia-atacante, e com a presença do Alex como principal armador. Sobre o Pato, muito se especula, seu único jogo de verdade deu bons sinais, mas é pouco para se saber se ele agüenta o tranco. Iarley é um jogador muito experiente, é bom, mas bem menos do que seus belos gols podem dar a impressão de ser. É também um dos poucos desse time que foram campeões do mundo, quando jogava no Boca. Fernandão é um hibrido, sem dúvida um dos mais talentosos jogadores em atividade no Brasil hoje, já confessou que aprendeu a jogar no meio quando atuava no Goiás e dividiu time com Aloísio e Alex Dias. Se sua visão de jogo é notável e sobra inteligência, seu porte fisíco é completamente inadequado para a posição, o que eventualmente pode lhe causar problemas. Em todo caso, é a grande estrela do time, talvez até antes da debandada pós-Libertadores.

Se Abel vai ter coragem de segurar esse time tão ofensivo contra o Barcelona, são outros quinhentos. Primeiro, depende de como o time vai se comportar, já que é uma escalação nova (Alex estava contundido na partida contra o Palmeiras). E depende também de ambos chegarem a final. O Inter tem caminho mais fácil.

Vi uma matéria no Sportscenter latino-americano na ESPN Internacional e é bem interessante a expectativa dos jogadores do América para o Mundial. Aparentemente existe uma apreensão por lá similar a que sempre ocorre aos brasileiros quando um clube local vai disputar o torneio. Só assisti esse time do América jogar em uma partida neste ano, um amistoso caça-níqueis contra o Flamengo, com meio time sendo substituido durante a partida. Eles ganharam, mas não dá pra levar muito a sério. Mas não dá pra dizer que não conhecemos alguns de seus jogadores, como o Blanco, um dos mais folclóricos jogadores do México, e o argentino Claudio Lopez, aquele que já foi uma estrela de considerável porte mundialmente falando. Ambos já estão na fase final de suas carreiras, mas são figuras a serem respeitadas.

Os mexicanos devem encontrar um Barcelona confuso, que ainda não encontrou um substituto para Eto'o, tendo transformado Ronaldinho numa espécie de centro-avante. Para complicar, Messi também está fora, nem inscrito foi. Saviola está inscrito, mas vai estar voltando de contusão na partida, sem ritmo de jogo. Gudjohnsen não é mal, é uma figura esforçada, clássico jogador que topa fazer qualquer coisa pelo time com algum talento, mas não tem nível pra ser títular num time como o do Barcelona. Giuly pela ponta é sempre perigoso, mas tem suas noites de sono e gols incríveis perdidos. Apesar da chegada de reforços, a defesa do time segue uma lástima, com Rijkaard tendo que exigir da equipe manter a bola no ataque. Puyol pode até ter raça, mas seu status de grande defensor chega a ser surreal. Thuram pode já não ter fisíco para agüentar muitos jogos seguidos e afins, mas seu QI defensivo é incomparávelmente maior. Uma zaga com Oleguer e Puyol pode virar picadinho numa boa noite de Fernandão/Pato/Iarley ou Blanco/Lopez. A sorte deles é residir por lá a dupla Edmilson/Rafa Marquez, que jogam também na zaga (mas prefiro ambos na frente, ainda que no esquema no Barça não caiba dois volantes com este estilo).

Com todos as pedras no caminho citadas, o Barcelona segue de longe como aquele que tem o dever de vencer. Só é menos simples do que parece.