Opa, pequena pausa nas fotos das filmagens para darmos um pequeno pulo pra montagem. Essas fotos foram tiradas há algumas semanas, umas três semanas acho, aqui em casa. Basicamente uma chance de se ter uma vaga idéia de como foi o processo.



Bruno frente ao monitor.



Peter e Bruno sentados na mesa, eu no fundo.



O monitor, dá pra ver uma imagem do filme e o Final Cut em funcionamento.



Peter, Bruno e Chiko. Tava frios nesses dias.

Atrasado em quase uma semana, mas taí, seguindo com as fotos, com mais algum atraso além do planejado graças a dois dias de dores de cabeça tentando fazer um DVD pro filme (alias, meu gravador de DVD até aqui oferece um status de 0 de alegria, 1000000% de dor de cabeça, por enquanto - espero que o quadro se reverta, MUITO em breve). As fotos saltam vários ensaios agora, pq eu tava com medo de acabar o espaço na máquina. Os últimos ensaios se deram na Planetama no periodo de fim de dia/noite, pq a locadora já estava fechada para nós - fechou alguns dias antes também para que a direção de arte entrasse em cena. Pulamos então para o começo de filmagem, o primeiro dia que como não poderia deixar de ser, foi um dia sofrido, onde a gente é claro sabia que imprevistos viriam, mas que tbem seria qdo a "realidade" da filmagem ia aparecer. Pensando hoje parece ótimo e tranqüilo, mas no dia foi mais do que um parto, um lamento. Caiu por terra nosso cronograma, nossas muitas expectativas a respeito de tempo livre para se filmar coisas a mais, apesar de marcar um começo do espirito de set tão agradável que se deu foi também um certo choque em não imaginar que as coisas eram tão lentas, em especial é claro qdo o diretor é o Bruno as coisas ficam ainda mais lentas e bem, além de instável ele é incapaz de fazer as coisas de um modo prático. O saldo desse dia foi muito mais de decepção do que de qualquer coisa. Decepção inclusive pensando em resultados para o filme, pq foi nesse dia que morreu qualquer esperança de que houvesse um lance mais direto entre os personagens de Matos e Fernanda, e principalmente de que a Fernanda se tornasse o personagem que há alguns anos vinhamos desenhando. Problemas de direção de ator? Até acho que houve em parte, especialmente lá atrás nos primeiros ensaios, e que o desvio se deu lá, mas o problema estava mais mesmo com ela, que bem, não era o personagem que queriamos (e não tinha habilidades cênicas pra se tornar tal) - e que em algum momento acreditamos que se tornaria. No final das contas, aqui na montagem, a performance dela serviu bem ao filme - mas foi a partir de muitos acasos, e principalmente de uma mudança radical no tom do filme que se iniciou nos sets mas foi se intensificar no trabalho de Bruno e Peter na montagem. Além desse primeiro dia ter clarificado isso, era também uma decepção no sentido de que ao fim do dia a impressão era de "perdemos um dia", mais do que pelas cenas que não rodamos no dia - SEIS horas rodando uma cena relativamente simples -, e principalmente pelas cenas que rodamos, com direito a menos de 10h mais tarde o Bruno já achar que talvez só usasse o som de uma delas. Mas beleza, olhando em retrospecto, há algo de positivo nesse caos todo. Ou no mínimo, aquela coisa de sempre: "se esse dia não tivesse sido assim, tantas coisas que fizeram do filme o que ele é hoje não teriam acontecido" - não deixa de ser verdade, mas não faz em nada desse dia melhor de se ter vivido.



Indo pro primeiro dia de filmagem... Nem preciso dizer que não estavamos prontos para o que viria.



Teste de figurino.



Depois da primeira cena - tão simples e ainda assim interminável de se rodar - hora da comida! Hehehe. Em cena: Cláudia, Farinha, Suzuki e Matos.



E o caos começa, logo no princípio do rodar essa segunda cena, a cena do corredor. Nesse momento realmente não esperávamos que o nosso planejamento de rodar quatro-cinco cenas no dia iria por água abaixo, e que essa cena seria tão, mas tão difícil de sair. Nessa foto, Renato de frente e Edinho (assistente de câmera, o homem que sumia no ar) e José ajeitam a câmera.



Começamos fazendo essa cena com câmera na mão, depois de alguns takes onde a coisa não tava dando certo, além de que estava massacrando o braço do Renato, resolvemos usar nosso travelling marginalizado, o carrinho de supermercado (literalmente roubado durante o carnaval por Chiko e cia). Na imagem o Renato já em cima do carrinho, e o José atrás pronto para operar o carro.



Se o carrinho resolveu no geral os problemas da parte da câmera, o desenvolvimento da cena, que como basicamento todo o filme era calcado em improviso, não estava dando certo, e já se passava aí uma três horas ou mais que estavamos debruçado nesse cena. Pela cara do Bruno ali no canto, dá pra se ter uma idéia de como as coisas estavam andando.



O drama seguiu, essa foto já é perto do fim. Angelo de costas e Chiko lá no fundo, falando com alguém que mal aparece que eu acho que é a Laura. Tapado por esse primeiro pilar tá o Rodrigo, dá pra ver uns pedaços dele entorno do pilar, que fez o som direto. Ele se dependurava ali em cima com o boom, a cena acontecia no corredor do lado. Existiam vários tempos diferentes em que o Matos entrava e saia de cena, pra não atrapalhar o corredor eu ficava um pouco ao lado, o Bruno me dava um toque um pouco antes, eu acenava pro Chiko, que ali daquela posição apertava o ombro do Matos pra ele entrar no corredor, foi o jeito mais prático sem correr riscos de estragar os tempos. No começo quando eu ficava vendo a cena pra acenar pro Matos sem as partes de Bruno e Chiko do processo geralmente rolava atraso.



Essa é nos últimos takes. Além de que já haviam passado mais de cinco horas rodando a cena, o dia tava perto de clarear o que deixou a situação ainda mais em pressão. A Planetama tem vidros enormes esverdeados na frente, é fácil de ver pelas fotos dos ensaios os efeitos do sol lá dentro, essa foi uma das principais razões de optarmos por filmar durante noite/madrugada. E além disso, também começavam os barulhos de carros a aumentarem - a Planetama fica numa das principais avenidas da cidade, e o movimento é enorme. Na foto o Bruno dando novas direções pra Fernanda, e Renato e José nas posições de sempre, apenas mais exaustos.

É isso. Dias absurdamente mais felizes seguiram a este. hehehehe.

Mostra Pasolini/Glauber no CCBB. O cinema é o CCBB, mas com Saló e A Idade da Terra passando em cinema, podia ser o Cinearte 2 que seria imperdível.

Programação

3ª feira, 21 de junho
· 15h00 — Deus e o Diabo na Terra do Sol (125’)
· 17h30 — O Leão de Sete Cabeças (95’)
· 20h30 — Medéia (110’)

4ª feira, 22 de junho
· 15h00 — Claro (110’)
· 17h30 — Retrato da Terra (51’) e Pier Paolo Pasolini (29’)
· 19h00 — Debate

5ª feira, 23 de junho
· 15h00 — As Mil e Uma Noites (109’)
· 17h15 — Saló ou os 120 Dias de Sodoma (102’)
· 20h30 — A Idade da Terra (160’)

6ª feira, 24 de junho
· 15h00 — Medéia (110’)
· 17h00 — As Mil e Uma Noites (109’)
· 20h30 — Claro (110’)

Sábado, 25 de junho
· 15h00 — Deus e o Diabo na Terra do Sol (125’)
· 17h30 — Retrato da Terra (51’) e Pier Paolo Pasolini (29’)
· 20h30 — Notas para uma Oréstia Africana (65’)

Domingo, 26 de junho
· 15h00 — O Leão de Sete Cabeças (95’)
· 17h00 — Notas para uma Oréstia Africana (65’)
· 20h30 — Saló ou os 120 Dias de Sodoma (102’)

Com direito a sessão dupla dos filmes no dia 23.

Bom, atrasei a nova rodada de fotos pq na sexta passei malzaço, com direito a vômitos e essas coisas ótimas de se imaginar acontecendo. Fui me recuperar 100% só hoje, então vejo se agilizo isso.

Pegando a deixa do Diego a respeito do Huckabees nos comentários do post anterior, segundo o Filme em Casa (www.filmeemcasa.com.br), que é um site confiável a respeito de lançamentos em dvd/vhs pra locadoras, o filme não só vai direto pra vídeo no Brasil, com o título "Huckabees - A Vida é uma Comédia", como vai estar saindo pela Flashstar, segundo eles, em Fullscreen - esse é um assunto no qual eu não confio neles, já vi errarem várias vezes, mas é um problemão se confirmado fato (e estar saindo pela Flashstar aumenta o medo), já que o filme é scope (e não é Super 35), e sinceramente não recomendo a ninguém ver ele no formato errado. O filme, segundo o site, chega nas locadoras no meio de julho, fato por si só estranhíssimo, não é possível que ninguém achou que valia a pena distribuir em cinema um filme que pode até ser protagonziado pelo Jason Schwartzman (e mesmo esse estatuto de protagonista é questionável), mas que tem no elenco Dustin Hoffman, Jude Law, Isabelle Huppert, Naomi Watts e Mark Wahlberg (todos em papéis não especialmente menores que o dele).

OK, antes de postar resolvo fazer uma visita ao site da Flashstar, por sinal uma das paradas mais caóticas e impossível de navegar que eu já vi, e depois de bater cabeça um tempãopor lá não encontrei informação nenhuma. Desconfiado do fato de ter propaganda pra filmes que não sairam por lá (como Alone in the Dark) e nada sobre ele, vou ao Google e procuro por "flashstar + 'Huckabees - A Vida é uma Comédia'", sem resultados. Procuro só pelo título nacional, e uns poucos resultados, ficha do cinema em cena com as novidades, comentário em um blog, e seu nome numa listagem de lançamentos em DVD. Entro lá, dá erro. Procuro pelo filme, e acho uma ficha similar a do "Filme em Casa", mas aqui tem a capa nacional (lá só tinha o cartaz internacional), com o título já traduzido - e bem, não resta dúvidas, tá saindo pela Fox, e não Flashstar como informava o outro site (preciso mudar minhas fontes...). O site da Fox é mais bonito, mas é uma merda tão grande qto o da Flashstar, não dá pra achar nada direito, e não tem informações sobre o Huckabees. Segue então a possibilidade do filme estar despedaçado.