Pra abrir a segunda Copa do blog, daqui até sexta vou fazer um geral de expectativas/comentários grupo à grupo das seleções. Em 2002 o mais marcante foram os chutes pros jogos, com direito aos mais absurdos tipo Alemanha 1 x 1 Arábia, com no jogo de fato a Alemanha metendo 8 (Klose quase foi artilheiro da Copa por conta desse jogo).
Grupo A
Alemanha
Depois dos últimos conturbados anos, a seleção que entra com a obrigação de não ser a primeira sede que fica na primeira fase, parece ter encontrado um caminho. Vi ontem o amistoso contra a Colombia, e é inegável que o time evoluiu muito em relação a Copa das Confederações no ano passado. O time já possui um esquema fechado, seus homens de confiança, aprendeu a usar a bola parada como arma. O maior defeito é curiosamente a defesa, antes um ponto forte dos alemães. Ainda ganharam o alento do destino na contusão do zagueiro Huth, um págua que é sparring dos atacantes do Chelsea (Mourinho não é louco de pôr ele em campo), famoso por aqui por ter nos salvado com aquele pênalti comédia no Adriano nas Confedarações ano passado. Ainda assim, a defesa dos alemães é feita de Lehmann fazendo milagres e deu. Do meio pra frente o time parece mais acertado, tem alguns jogadores bons no banco, tem só um craque de verdade (Schweinsteiger, bate na bola como poucos no mundo) e outro de mentira (Ballack), mas tem muitos jogadores esforçados. O ataque é inconstante e irregular, o próprio Klinsmann até hoje não tem certeza de qual a melhor dupla, mas figuras como Asamoah e Klose já maturaram bastante desde a Copa de 2002, quando jogaram ainda muito jovens. Tem ainda o Podolski que tem um bom chute (falta calibrar), Hanke (clássico trombador)... Opções não faltam.
Costa Rica
Nunca tiveram tanta chance quanto esse ano de surpreender e passar de fase num grupo muito fraco, mas o time parece mediocre demais até pra isso. Se Trinidad & Tobago (e em 98 a Jamaica) chegaram a Copa, dá pra se ter uma noção das eliminatórias da Concacaf. Levaram um pau da Ucrania (4 a 1) e perderam pra Rep. Checa (2 a 0), na última semana de amistosos, e pra completar caiu no conto que muita gente temia que o Brasil pudesse sofrer enfrentando uma seleção regional, perdendo e entrando numa crise. O técnico brasileiro Alexandre Guimarães, idolo por lá, disse que não entendia como os jogadores poderiam estar perdendo uma chance tão grande como numa Copa. Nesse clima parece mais provável três derrotas do que um segundo lugar no grupo, mesmo com o nível dos outros times.
Polônia
Fez uma ótima campanha nas eliminatórias européias, mas sofreu péssimos resultados em amistosos neste ano, culminando numa crise interna depois do frangasso eterno que levaram num amistoso com a Colombia no começo da semana (gol de goleiro dando um chutão que atravessou o campo e encobriu o goleiro polonês). A equipe parece apenas reafirmar que a estrutura dos grupos das eliminatória européias precisam ser repensadas, já que equipes mediana pra ruim como a da Polonia passam direto pra Copa, e duas equipes com potencial como Suiça e Turquia se degladiam na repescagem. É outro time que começa a disputa do grupo desestruturado emocionalmente, nada que uma vitória na estréia não possa mudar.
Equador
Ganhando de todo mundo em casa nas eliminatórias o Equador vai repetindo idas a Copa, mas não tem um time mediocre, do contrário não teria arrancado um empate com o Brasil aqui na nossa casa. A equipe não tem um futebol muito ofensivo, o que seria o ideal pra tentar bater a Alemanha. Mesmo quando joga em casa vence seu jogo por poucos gols, mas aposta em Tenorio (que saiu puxando a perna num dos últimos amistosos mas deve jogar) e Delgado como seus salvadores. Tem uma chance e tanto de passar de fase, parece mais centrado que Costa Rica e Polonia, é um time entrosado e focado. Não deve fazer feio diante de ninguém, mas precisa ser mais ambicioso nos jogos se quiser passar de fase.
Em resumo: caiu do céu pra Alemanha, o time melhorando, o grupo fácil, importante pra ganhar confiança ir bem nos primeiros jogos. Se conseguir uma série boa e fechar com 9 pontos a primeira fase, vai estar no auge da confiança interna e externa (torcida) pra encarar um adversário mais difícil, possívelmente Suécia (ou quem sabe o Paraguai, mas acho difícil).