free as a weird

sexta-feira, outubro 03, 2003

Depois de umas temporadas sem ver os filmes que ganhavam o Oscar, voltei do mundo das sombras. Dos indicados da edição anterior a mais recente, eu não vi apenas o vencedor, mas por coincidência do que por qualquer outra coisa. Dos que vi, não gosto de Moulin Rouge e Entre Quatro Paredes (menos do segundo), gosto de Gosford Park (sem maiores entusiasmos), e acho das algo de simpático. Uma Mente Brilhante acabou não sendo visto. Começava o dilema (no ano anterior eu havia visto todos). Na edição mais recente, eu só vi no cinema As Duas Torres, que fica na mesma do primeiro filme. Entrou a fase em que em mal tava indo no cinema, e perdi tudo. No entanto, faz-se a volta, e chegam os grandes DVDs. Em agosto vi Gangues de Nova York (belo), em setembro O Pianista (gostei bastante), e agora finalmente vi Chicago. As Horas eu vejo quando passar num telecine da vida, e olhe lá, se coincidir de eu estar em Cuiabá quando passar (aqui em SP não temos), outro filme do Stephen Daldry me parece difícil de descer.



Introdução modorrenta terminada, vamos ao que interessa. Não que eu tenha achado Chicago algo de demais, mas acho que desde de Titanic eu não pude dizer “gostei” pra um vencedor do Oscar, como aqui. Os do meio do caminho (Beleza Americana, Shakespeare Apaixonado) não detesto, mas só. Um dos aspectos mais interessantes de Chicago, é a idéia que o filme faz da picaretagem – o único personagem do filme com espaço que realmente é “limpo”, é o do John C. Reilly, e bem, o filme mostra ele como um bobão. De resto, todos os personagens são as suas devidas maneiras, picaretas. Claro, o único Daniel Caetano por lá é o Richard Gere (que por sinal está genial), de certa forma porque os outros são personagens que apesar de picaretas, não têm tanto gosto pela coisa. Tanto é, que quando seu personagem entra em cena, passa a ser o combustível do filme, que até ali não era grande coisa. As coreografias são boas, mas não há nada de espetacular ou inovador, algo que chamasse mais a atenção (embora sejam muito mais bem filmadas que as de Moulin Rouge, que eram por sua vez mais ousadas). De certa forma elas são competentes, mas em diversos momentos suas incursões me incomodavam um pouco, geralmente vindas da cabeça da Zellweger. Alias, um dos melhores atos, é o segundo, acho, onde ela começa se “declarando” ao marido, até que ele percebe que ela estava traindo ele e confessa que ela matou o cara, e ela vai reagindo dentro do ato; é um dos poucos que funciona mais interessantemente em prol do filme, mas enfim. Acho que o filme têm alguns problemas de ritmo, e que por mutias vezes o Rob Marshall demonstra que é incapaz de escapar do roteiro (que é bom, até porque neste caso especifico, talvez se não fosse a coisa poderia ficar preta, devido a dependência; o roteirista, Bill Condon, teria certamente feito um filme melhor – mantendo o Marshall como coreógrafo, claro). O filme é consideravelmente melhor quando se concentra na comédia, e por mais de uma vez começa a cair, sempre reengranando quando o Gere entra em cena. Enfim, é bom, mas fica por aí. ***

Pobre Schwarzza. O Los Angeles Times públicou uma matéria onde seis mulheres afirmavam que haviam sido "procuradas sexualmente" por Arnold durante sets de filmagens ao longo da carreira do ator. Ao ser questionado, ele disse que é verdade, etc, pediu desculpas, mas admitiu que na época ele acreditava que aquilo era somente diversão. Certo. A questão é: porque tanto barulho nisso? Não vou colar as explicações de cada uma das mulheres de como se deu os casos, mas são todos casos bem simples e comuns, não foram forçadas a fazer alguma coisa, não houve nenhum assédio sexual ou nada - tanto é, que nenhuma delas acusou ele judicialmente de nada. A impressão que fica é de que o jovem Arnold de outras décadas, não podia comer ninguém se quisesse um dia ser governador. Ai ai. E depois falam que esse tipo de besteira só sai em tablóide...

E o Chan vai voltar a filmar em Hong Kong; o filme se chama New Police Story, sem ligação com nenhum dos quatro filmes da franquia antiga. Vai ser dirigido pelo Benny Chan (co-diretor do maravilhoso Quem Sou Eu?), e é o primeiro filme da nova produtora do Chan por lá, e que pelo que entendi, ele só não dirigiu porque não teve muito tempo livre. No elenco também terá o Nicolas Tse (protagonista do igualmente maravilhoso O Tempo e a Maré) e Charlie Yeung, que acho ser uma cantora famosa por lá. O filme está com pouco mais de semana de filmagens, e tem sido um caos por excesso de fãs. O destaque entre as primeiras noticias é que Chan estará interpretando algo meio na linha Dragons Forever, com personagem meio antiherói a sua maneira - e também vai ser a volta de Chan interpretando personagens com relacionamento com o alcóol, algo que ele de certa forma evitava com medo do efeito nos fãs (ainda que Drunken Master II seja obra-prima, e que há uma cena genial em Bater ou Correr com ele e Owen Wilson trebados em banheiras).

O mais interessante de um post aqui ter tido chegado a 15 comentários, o que talvez seja o recorde desse blog, já que comentários alheios nunca foram o forte, é que aparentemente ninguém clicou no link lá, ou se clicou não quis comentar - tsc, tsc.

terça-feira, setembro 30, 2003

Empurrado pela morte de Elia Kazan e Donnald O'Connor num mesmo fim de semana, resolvi mostrar para o Filipe o número absurdo de mortes que estão ocorrendo este ano, já que ele acha que é um ano "normal" (e de certa forma, ele está certo).

Grandes percas: James Coburn (eu sei, foi ano passado, mas ainda não completou um ano e a dor é tanta quanto qualquer outro mais recente), Leslie Cheung, Charles Bronson, Jairo Ferreira, Maurice Pialat, João César Monteiro, Katharine Hepburn;
e mais: Conrad L. Hall, Kinji Fukasaku, Richard Crenna, José Lewgoy, Michael Jeter, Carlos Eduardo Dolabella, Gregory Peck, Hume Cronyn, Walter Hugo Khouri, Nixau, Rogério Cardoso, John Schlesinger, Bob Hope, William Marshall, Affonso Brazza, Gregory Hines, Jack Smight, William Paterson, Leni Riefenstahl, John Ritter, e
mais os dois últimos, Donnald O'Connor e Elia Kazan.

Sem contar percas músicais como: Johnny Cash, Sabotage, Itamar Assumpção, Barry White, Robert Palmer.

Fora os que por acaso eu não tenha lembrado.

domingo, setembro 28, 2003

Certo, eu verificando minha longa lista de links mortos, a se julgar que mais da metade ali nem existe mais, e que falta dicionar vários que leio hoje - e o que é mais interessante, o do Filipe sumiu de lá na troca de layout por razões misteriosas. Enfim, mas o mais genial é checar o Mundo LaLaLa, que era o saudoso blog da Helpinha, e ver o que têm lá naquele endereço hoje. É só clicar ali embaixo, e boa sorte. Hehehe.