free as a weird

sábado, março 20, 2004

Estou num processo de cadastrar na tabela os filmes por diretor (até hoje eu só tinha por ano), o que dá vazão há coisas curiosas. To fazendo de frente pra trás (?), ainda estou 1978. Nesse caminho, uma porção de pequenos cineastas se destacam, alguns que as vezes até esquecia da existência. Nessa bagulhagem, surgem figuras como Les Mayfield ou Sam Weisman, cineasta padrões (aka paycheck) de Hollywood para filmes meia-boca. Mal sabia quem eram direito, e descobri ter visto vários de ambos (mais de Mayfield). Há aqueles cineastas que não são brilhantes que defendo mesmo assim com forças, mas que fazem diferença quando vejo assim no papel, casos como Mark Lester, Tom Holland, Stephen Hopkins, Robert Harmon, Tamra Davis. Tudo bastante curioso de se ver se desenhar. Veja só (pois é, falta do que fazer numa manhã insone de sábado):

Les Mayfield:

O Homem da California (Encino Man, 1992) - *
O Milagre na Rua 34 (1994) - *
Flubber (1997) - 0
Um Tira Muito Suspeito (Blue Streak, 1999) - *
Jovens Justiceiros (American Outlaws, 2001) - *


Stephen Hopkins:

A Hora do Pesadelo 5 (1989) - *
Uma Jogado do Destino (Judgement Night, 1993) - **
Contagem Regressiva (Blown Away, 1994) - **
A Sombra e a Escuridão (The Ghost and the Darkness, 1996) - **
Perdidos no Espaço (Lost in Space, 1998) - *
Sob Suspeita (Under Suspiction, 2000) - **


Mark Lester:

Escola da Violência/Os Donos do Amanhã (Class of 1984, 1982) - ***
Chamas de Fogo (Firestarter, 1984) - *
Comando para Matar (Commando, 1985) - ***
A Guerra dos Donos do Amanhã (Class of 1999, 1990) - ***
O Massacre no Bairro Japonês (Showdown in Little Tokyo, 1991) - **
A Base (The Base, 1999) - **
Sacrifício (Sacrifice, 2000) - **

Esse estranho mundo chamado cinema...

Legal as notinhas de hoje pros filmes. Acostumado a ler a programação da TV aberta na Folha apenas aos domingos, quando consta toda a semana, não sabia que as vezes elas cresciam no dia de exibição. A de Pulp Fiction (****, grande Inácio) é a maior, mas o ganho mais interessante é a Na Trilha do Sol, filme estranho e dúbio do qual pouco se falou, e pouco se viu. O adendo do Inácio foi só lembrar de que a carreira do Cimino acabou (ou só um milage). Adendo pifío, não irreal, mas que não faz jus ao filme. Se não é um belo momento como O Ano do Dragão (não vi Heaven's Gate ainda), nem dá pra comparar com o filme perdido que é O Siciliano. De certa forma, eu diria que o caminho percorrido é parecido - a diferença, e aí é o mais importante, é que aqui há interesse. E Cimino interessado é sempre garantia de bons momentos. Há as limitações (algumas impostas, outras não), mas já é hora de se parar de fechar a cara para este filme.

sexta-feira, março 19, 2004

Vingança Violenta, de Steve Carter (EUA, 1981),

Encalhado numa madrugada estranha, me deparei com um clássico da mongolice cinematográfica: Vingança Violenta. Se o título já não é o bastante, basta dizer que Chuck Norris ainda em ascensão na carreira tem um de seus momentos mais bestiais (se é que isso é possível). Fosse simplesmente um filme de ação qualquer com Chuck Norris batendo em meio mundo em meio a situações absurdas, seria fraco (porque mal filmado), mas tragável. O problema é: quando você teima em tentar se divertir com o bagulho, o filme teima em ser sério! Norris com explicações psicológicas, flashbacks medonhos e extremamente mal montados que geralmente quebram momentos que poderiam ser funcionais, Norris passando por dilemas (dos quais vai sair por cima de todos no final, é claro). Enfim, um daqueles filmes tortos e pouco interessantes, incapazes de ver as poucas graças que poderia gerar – algumas bobagens do filme chegam a ser curiosas, mas não decolam – e que tentam se prender na pior figura possível. Impressionante como poderia se tirar algo desse tipo material sem muita dificuldade, mas caras como Carter (ou um Joseph Zito da vida) eram tão inaptos que nem se quer eram capazes de tirar um material ok do que filmavam.

quarta-feira, março 17, 2004

Sinistro essa parada do Canal Brasil começar a exibir em um horário filmes argentinos, e acho que chilenos (não tenho certeza do outro país). Não é querer pegar no pé, mas já pegando: os caras já tinham extrema dificuldade para dar conta do cinema nacional (o que não quer dizer que não se esforçam), ainda querem exibir filmes de fora? O Canal Brasil não pertence a Globo? Não tenho certeza, mas acho que sim. Porque não mandam esse pacote pro Telecine? Já não basta A Paixão de Jacobina uma época em que foi destaque do mês passar umas dez ou mais vezes durante o mês comendo horário de tudo quanto é filme? Dar destaque pro filme, beleza (tá, não para Jacobina, mas aí é caso a parte), mas não precisa reprisar todo santo dia. Fica difícil.

terça-feira, março 16, 2004

Uni-duni-tê. Nuvenzinhas.

segunda-feira, março 15, 2004

O desencanto futebolístico em três partes:

1) Voltava do supermercado na tarde de ontem (domingo), com meu almoço e jantar. Moro perto do Pacaembu, o supermercado é mais perto ainda. No caminho, cruzam comigo alguns grupos de torcedores, apreensivos. Os que me chamam mais atenção são do último, pois possuíam um tom bastante agressivo, dizendo que se o time não ganhasse não ter tempo, iam invadir o campo e mostrar a real (?).

2) O jogo em si, São Paulo x Juventus, foi um espetáculo televisivo a parte – não pelo que se desenrolava no jogo em si, e sim porque foi uma transmissão onde de fato toda a apreensão e interesse pareciam diretamente jogados pra outra partida, a do Corinthians. Todo lance de perigo lá, um flash aqui. No primeiro tempo São Paulo massacra, Grafite faz dois e o time poderia ter feito mais (não fosse azar, incompetência e juiz); no outro jogo pelos lances mostrados, o Corinthians levava um baile. No radinho de pilha no estádio, o torcedor são-paulino não escutava o jogo do time, e sim o do outro time. Tradicionalmente a torcida independente do São Paulo espera qualquer oportunidade para torcer contra o time – essa não foi diferente. “Juventus!” e principalmente “entrega” eram ouvidos aos montes. Ainda bem que o Grafite tem cera no ouvido. No segundo tempo, a Juventus melhor, São Paulo desinterassado, com resultado feito. Aumenta a tensão do outro jogo, então. Afinal, a humilhação maior para o Corinthians não era o rebaixamento, e sim ser salvo pelo São Paulo. E enfim, a Portuguesa Santista faz um à zero no Corinthians, selando a terceira derrota consecutiva, e o vergonhoso fim do campeonato para a equipe, sendo salva pelo arqui-rival.

3) Filipe foi ele agora ao supermercado. Na volta, cruza com os torcedores, aos montes, indo embora. Cara de choro e decepção, segundo ele pareciam mais decepcionados pelo salvamento grafitiano. Mas parece que nem houve massacre no fim, era puro papo. Coisa de corintiano.

Futebol é o mais sádico dos esportes. Mas vamos lá, é um puta dum sadismo prazeroso!

domingo, março 14, 2004

Imagens eternas:











De cima para baixo: Sasha Jenson, Matthew McConaughey, Jason London e Wiley Wiggins em Dazed and Confused de Richard Linklater; Ken Foree em O Despertar dos Mortos, de George Romero; Gyodai, personagem celebração e único da dramaturgia, no hocus-pocus da televisão japonesa Esquadrão Relâmpago Changeman; Kim Cattral e Kurt Russell em cena de Os Aventureiros do Bairro Proibido de John Carpenter; e por fim, Franco Nero, o homem livre que não pode morrer, em Keoma de Enzo Castellari.