Bastante estranho uma sessão em plena segunda no Bristol estar tão cheia – não chegou a lotar, mas não estava tão longe. Tá certo que a propaganda em torno do Expresso Polar vem desde o primeiro semestre, mas ainda assim é estranho (até porque já está em cartaz desde a última semana do mês passado). É um bom sinal pessoas indo ao cinema, é claro, mas é estranho do mesmo jeito. Pode ser princípio de férias, mas o público da sala não parecia colegial; pode ter um bocado a ver com o Bristol ser um dos poucos lugares onde você pode ver esse filme legendado em qualquer horário do dia, mas sei não. O filme é melhor do que eu andava esperando, mesmo gostando do Zemeckis, os comentários sobre o filme apontavam certas coisas que eu acreditava que ele poderia ter colocado num filme sem me agradar nem um pouco – nada tão drástico. O filme tem seus muitos problemas, sobretudo ideológicos, mas Zemeckis ainda consegue tirar cinema dessas coisas, mesmo que aos trancos e barrancos. Além de que estas técnicas de se filmar muito da ação já enquadrando e então transformar em animação dão uma perspectiva interessante ao CGI, já que quebra um lado mais mecânico sem abandonar várias possibilidades de se manipular imagem que abre o processo. Acho que Zemeckis trabalha bem o miolo do filme, mesmo com todo um lenga lenga bem desinteressante acompanhando. Todavia, convenhamos, overdose de Tom Hanks é meio amedrontador. Mais do que papai noel.
Agora, cinema é de certa forma a arte do “make believe” – nesse sentido, O Expresso Polar é bem fraco, no que Febre de Juventude é um grande filme.