free as a weird

sábado, julho 26, 2003

Ontem foi dia de ir no exército. Acordei as 6h em ponto, tomei café e fui me arrumar. Na papelzinho dizia: "faça sua higiene pessoal completa". Mas até parece que ia fazer barba naquele horário... Fui do jeito que tava mesmo. Hehehe. Catei todos os documentos que tinah de levar, e meti num envelope, e fui pra 13a Brigada. Cheguei lá, dei o certificado e me mandarma pra fila. Já era uma fila tripla ali fora. Pertinho das 7h, chegou um figura com short minúsculo, como se fosse jogar bola. Não deu outra: o cara só vai poder se apresentar segunda. Em cima da hora chega meu amigo Xina, que fica bem na minha frente na fila. Aí um cabo guia a genmte pra dentro. Andamos umas três quadras, sei lá, e o cabo gritando "vai mais pra direita!", "enfileirado!". Subimos num lugar virando, e entramos em um longo corredor, muitas salas e outros corredores no caminho. Um orelhão, um bebedor... e uma barbearia? É. Chegamos numa sala aberta grande, é onde estava ocorrendo a seleção. Entregamos o certificado novamente, e nos mandam pro fundo de uma longa coluna de bancos de madeira. Do lado mais duas coluna de bancos. Uma mais cheia, onde parte do pessoal estava sentado, com senhas. Eles iam chamando, conferiam os dados, e passavam uma senha. Daí chegou um saudoso "Capitão Edson", o presidente da seleção. Falou um tempão, fez perguntas, insistiu numas coisas, e enfim. Continuou. Já era umas 7h25, quando um grupo do pessoal com senha é enviado pra cima, pra fazer o primeiro passo: exame médico. Eu sigo lá, com o traseiro doendo. Ah, tinha uma TV ligada, mas mal dava pra ouvir. Foi aí que começaram a chamar na última fileira. Não disseram o que era. Mas um dos últimos chamados lá foi um certo "Guilherme Furtado de Mendonça Martins". Lá fui, sentar numa outra fila, nervoso pq não sabia o que era. Alias, não vou negar: antes de chegar lá, eu estava me cagando de medo.

Rápidamente um gordinho de bigode, de uns 1,50, que mais tarde vim a descobrir se chamar Laércio, explica que o pessoal que foi chamado está dispensado já, pq estava numa lista de pré-dispensa. Alivio. Ali tinhamais um figura que eu conhecia de vista do meu ex-colégio, era namorado de uma colega minha. Acho que ainda é, sei lá. Do meu lado um figura enlouquecido: ele queria servir, não aceitava ter sido dispensado assim de cara. Brigou com o Laércio, e com mais uns cabos, que acabaram deixando ele ir pro outro lado. Eles checaram três vezes - sim - pra ver se todos os chamados estavam lá. Tudo certo. Umas 7h45 começam a mandar que separemos Certidão de nascimento ou identidade + uma fot 3x4. Quem não tivesse podia ir embora e voltar segunda... sem garantia de pré-dispensa. Certo, uns 15min pra todo mundo entregar, ou mais. Iam enviando pros cabos que mexiam com as máquinas lá no fundo. Cerca de 20min depois, e traseiro começando a ficar dolorido do maldito banco duro, e recebemos, um à um, nossas certidões de volta, junto com uma espécie de recibo do correio, nos informando que teriamos de pagar uma taxa de R$1,88. 10min depois, o bigode nos colocou em uma longa fila, pra irmos pagando, um à um. Mais 10min. Todo mundo pagou, recebeu troco, e estava devidamente sentado no banco duro mais uma vez. Esperamos uns poucos minutos, e Laércio nos leva ao fundo. Nova etapa.

Subimos mas um corredorzão, já chegou a conclusão que a tal brigada dá 5x o tamanho da UFMT. Chegamos num lugar. Ele forma 5 filas. O espaço de um braço pra frente e um pro lado. Explica que iremos fazer o juramento perante a bandeira. Explica algumas coisas. Sacaneia com uns caras que não sabem cantar o hino, e fala que quem não souber no mínimo movimentar a boca. Ensaio rápido, auxiliado por um tal cabo Juner. Ensinaram a fazer posições lá. Perna direita não se mexe, blah blah blah. Enfim, daí veio o evento propriamente dito. Meio bizarro que o cabo fica dando passos em falso depois que chega com a bandeira. Acabou que fizemos bem sincronizado o negócio, e até cantamos decentemente o hino. Enfim, terminou o juramento era uma 9h30. Voltamos pros bancos duros. Nessa hora me amigo Xina já voltava dispensado no exame médico em outro grupo.

Começaram a chamar um à um para irmos assinando o documento de reservista, a medida que iam ficando prontos. Nesse tempo o Capitão Edson voltou a aparecer por lá, e ficouc ontando histórias, que até lembro mas não to com saco pra escrever aqui. Quando todos já tinham assinado e sabe-se lá o que faltava, ofereceram pra ir no banheiro, bebedor ou cantina. Nah. 10h. Na TV algo nojento toca, alguns cabos se divertem vendo, outros sacaneiam o pessoal que tava voltando. Capitão Edson frisava que tinha de melhorar a imagem do exército (até que conseguiram). Passaram pra gente uma parada pra avaliar o processo de seleção. 10min pra responder, caneta passando de mão em mão. Enquanto isso o capitão assinava umas coisas. Terminamos de entregar, e mandam formar uma fila, que dá quase volta no lugar. 10h15, ou um pouco mais.

To quase no fundo da fila, e um cara atrás de mim diz que erraram no seu nome, mas que ele não ia trocar pq queria ir embora mais cedo. Pergunto se eles sabem como faz pra plastificar, já que não dava pra dobrar - um não sabia, o outro achava que tinha que plastificar inteiro mesmo. Um minuto depois o bigodudo explicou exatamente aquilo. E alertou que secassemos o dedão qdo tivesse perto da vez da pessoa. Todo mundo botava o dedo, ganhava um treco pra limpar, e tinha de jogar sitemáticamente no lixo. Fomos se agloemrando em outros bancos duros, mais no canto, até o último terminar. Um cabo foi encaminhando a gente... em fila, pra fora. É impressionante como o lugar é grande, e que agora estava lotado - quando chegamos só se via silêncio. Fomos indo, demora pra caralho pra sair de lá. Uns soldados que estavam na porta sacaneiam com o cara que tava na minha frente: "ô popstar" (???????????). Saimos pra fora, 10h40, mais ou menos. Sol escaldante, não podiamos voltar pra dentro, todo mundo corre pro ponto de ônibus, pra ir pra sombra. Fim.

segunda-feira, julho 21, 2003

Filhos da PUTA! Venderam Julio Baptista :c//

domingo, julho 20, 2003

Segundo exemplar da semana tio Charlie:



O Grande Assalto/O Poscrito e a Dama, de Frank D. Gilroy; 1976. Alguém anote a placa do caminhãozinho que me atropelou... Que raio de filme estranho. Acho que na mesma medida que o filme começa tão cheio de vida e bonito, e vem a terminar tão triste, dá pra se dizer que o Gilroy acerta muito na primeira hora de filme, e se desacerta na segunda. Ele é o autor do livro no qual o filme se baseia, adaptou pro roteiro e dirgiu - ao contrário do que indica a fita nacional, esqueça a idéia de um western clássico: é um romance. E enquanto romance, na primeira hora, é um filme um tanto bonito, com uma construção muito bacana dos personagens, onde a sintonia de Bronson (sim, eu não parava de dizer "genio genio genio" no começo, hehe) e Jill Ireland é perfeita, o que o fato de que eram um casal de verdade certamente contribuiu. Inclusive, acho que o filme se segura muito na atuação dos dois, até demais. Talvez seja por isso que quando o filme passa a depender mais de si mesmo, nos últimos quarenta minutos, fique tão irregular. Toda a idéia do filme, que gira em torno de ser uma lenda ou ser simplesmente você, vem a ser resumida em uma frase de Bronson, pouco antes do fim do primeiro ato, que os desapercebidos possam perder se distraidos: "i don't want to be history". Está tudo resumido ali. A trilha muito bonita, começa a se tornar um pesadelo para o público na mesma medida que se torna um pesadelo para Bronson - entoada por diversas vozes, sons, afinados e desafinados, por todos os lados, com a história se repetindo, e tudo virando um turbilhão dentro da cabeça. Talvez por isso, a última cena possa soar um tanto mais esperançosa do que uma primeira impressão pode passar. Se fossemos usar uma comparação feito por Ireland em um momento quanto ao mito do romance dos dois e Romeu & Julieta, essa história tem um fim bem mais esperançoso. Bem, basicamente no filme Bronson é um membro de um grupo de assaltantes, seu cavalo se machuca, e o grupo para em uma casa afastada da cidade onde pretendem roubar um cavalo, e Bronson acaba tendo de passar três horas por lá, aguardando o bando voltar com um cavalo para ele. Nesse tempo ele se envolve após alguns conflitos com a dono da casa (Ireland), solitária e viúva, e durante as poucas horas que lhe restam, vivem o amor intensamente de várias formas. Até que chega a noticia de que o bando foi pego durante o assalto, e ela acaba o obrigando a ir tentar salva-los do enforcamento. A coincidência acaba criando o mito. Bronson é um gênio. Mas esse aqui é curiosamente um de seus filmes demais fácil acesso para não fãs. E é um filme interessante. Mas droga, aquele último ato carrega coisas que não gosto. Mito/realidade, romance/drama, amor/solidão... Bronson é um gênio. (? hehehe). Enfim. É bonzinho. Mas podia ser bonzão.