free as a weird

sábado, novembro 08, 2003

Caçado, de William Friedkin (EUA, 2003)


À William Friedkin credita-se talvez uma das mais bizarras filmografias de um cineasta americano, de uma mesma mão que trouxe um belo filme como “Viver e Morrer em Los Angeles”, também trouxe algo como “Jade”. Mas é em filmes como “Caçado” que fica claro que Friedkin ainda que irregular por demais, que existe algo mais forte vindo dele. Caçado parte de um roteiro péssimo, que inclui um arsenal de falas e cenas medonhas, valendo citar por exemplo a cena pré-climax onde Tommy Lee Jones exclama que ele “criou o demônio” e que é ele quem deve termina-lo, algo do tipo, e pouco depois se refere à Benicio Del Toro em algo como “você nunca vão pegar o meu garoto”, ou algo do tipo. Em meio a isso tudo, Friedkin consegue impor uma porções de cenas de ação muito bem imaginadas, e compor uma relação bem mais interessante na tela entre os personagens de Jones e Del Toro; fica claro que Friedkin tenta fugir da maioria das cenas mais obvias e tenta centrar o filme nas cenas de ação, elaborando longas situações como por exemplo a perseguição na saída da casa da ex-mulher de Del Toro, que vai se alongar por longos minutos, passar por caos no trânsito, túneis, torres e terminar em um rio. É interessante também como Friedkin oscila o uso da trilha, em muitas cenas preferindo causar mais suspense com sons de matagal ou rio. Apesar destes bons momentos, fica difícil fechar os olhos pra momentos como aquela intervenção militar, ou mesmo o começo em meio a guerra, pequenos momentos que acabam entrando no caminho do filme, mas que também não tiram por completo sua força, estando bem acima dos últimos trabalhos de Friedkin.

Matrix Reloaded assistido, aguardem que devo ver o Revolutions esse fim de semana e fazer um texto único sobre os dois, ainda trazendo um pouco do primeiro.

sexta-feira, novembro 07, 2003

Mais duas coisinhas. Primeiro, nova ida a Lasermania hoje. Tive de largar vários filmes pelo limite de dvds a pegar, que aperta ainda mais por ter de dividir com o Filipe. Ele pegou um do Blake Edwards tentando fazer filme de terror (obviamente verei, mas embore adore alguns de seus filmes, temo o que pode ter saído), e outro que me pareceu ser do Hitchcock, mas eu olhei por um segundo no máximo pra capa enquanto ele entregava ao cara do balcão, então terei de verificar no IMDb depois (os DVDs vêm pra casa numas caixas de cds, sem encarte). O DVD do "meio", que decidimos que funcionaria dessa maneira - cada vez um escolhe, mas o filme têm de ser de amplo interesse dos dois - foi Caçado, que recentemente perambulou pelos cinemas, mas que como a única sala aqui perto que passou foi o Belas Artes, acabamos não vendo. Os meus foram Amores Expressos, do Wong Kar-wai, e o derradeiro Matrix Reloaded, que preciso assistir com urgencia para poder ver Revolutions no cinema. Enfim, aguardem possiveis comentários.

A segunda coisa é que em meio as minhas atuais preocupações com lista de fim de ano (em relação aos lançamentos do Rio, que é o que serve pra contra), deparar com o aniversário da musa Rebecca Romijn-Stamos e não por nenhuma foto, seria criminoso.

O Tiago matou o elefante, é verdade, mas já está de volta. O cego no tiroteio se concentrará apenas em cinema e música, e já está com texto novo. Que dessa vez dure mais.

Cacem no SoulSeek (eu já encontrei, mas o figura que tinha aparentemente ficou offline na hora H), herdeiros de JCM. Revi Vai e Vem agora a noite.

Bacalhau à Portuguesa - Quim Barreiros

QUERO CHEIRAR TEU BACALHAU MARIA
QUERO CHEIRAR TEU BACALHAU
MARIAZINHA DEIXA-ME IR À COZINHA
DEIXA-ME IR Á COZINHA PRÁ CHEIRAR TEU BACALHAU

TEU BACALHAU É MESMO UMA BELEZA
ÉS Á PORTUGUESA O TEU PRATO ESPECIAL
SE O CHEIRO É BOM MAIS GOSTOSO É O COZIDO
É O PRATO FAVORITO DO POVO DE PORTUGAL

TEU BACALHAU DEMOLHADINHO
DIZ-ME SE É DA NORUEGA OU DAQUI DE PORTUGAL
MARIAZINHA DEIXA-MO CHEIRAR
AI QUE COISA TÃO GOSTOSA
NUNCA CHEIREI NADA IGUAL

quinta-feira, novembro 06, 2003

Olhando a retrospectiva Rosselini vejo que está tudo ótimo, mas... Stromboli vai passar em video?!? Ai ai...

quarta-feira, novembro 05, 2003

Os Invasores de Corpos, de Philip Kaufman (EUA, 1978)


Refilmagem de Vampiros de Almas de Don Siegel (que têm uma ponta no filme como um taxista, na mesma cena onde seu protagonista no original, Kevin McCarthy, também aparece), fica bem claro pela disposição atmosférica, e pelo interesse com qual se emprega no filme, que não estamos de maneira alguma em um terreno de refilmagens preguiçosas. Mais ainda, é impossível não lembrar vendo o filme de como Philip Kaufman pode ser um cineasta bem mais interessante quando faz filmes de gênero como este ou Os Eleitos, do que quando se mete a fazer “pseudo-arte”, como em Contos Proibidos do Marquês de Sade. Kaufman têm uma precisão muito forte na maneira como dispõe o filme, onde desde o som meio seco até as cores nunca gritantes por demais, parecem trabalhar em prol de uma atmosfera forte, onde a câmera de Kaufman funciona muito bem. Em outros terrenos, Kaufman também perde algumas boas chances, como explorar melhor a questão da paranóia, e acaba simplificando uma porção de assuntos interessantes que o tema propõe, e entrega diversas possíveis surpresas muito rápido, em especial quando revela que certo personagem na verdade era um vilão muito cedo, em uma cena consideravelmente descartável, traçando cedo demais os rastros do que ocorreria pelo resto do filme. Donald Sutherland em uma atuação genial obviamente ajuda com que o filme mantenha seu interesse forte, e Kaufman consegue vários bons momentos (o final em particular é bastante funcional, os créditos finais excelentes), mas não deixa de ficar aquela impressão de que deste material poderia ter saído um filme mais forte.

Ontem refizemos na Lasermania, e eu finalmente pude dar uma pequena olhada naquilo que sempre ficava babando a distância via Filipe ou pelo acervo online. Algumas coisas impressionam, inclusive eles pegam alguns filmes que eu não imaginava; porém é claro, há uma porção de filme em R1 que eu queria ver que não têm por lá, geralmente por terem saído por distribuidoras pequenas que eles não costumam pegar muita coisa (Anchor Bay e Blue Underground principalmente). Mas algumas coisas estão por lá. Pode-se locar até 5 filmes de cada vez, tendo um prazo X pra entrega, mas se quiser entregar mais cedo, ótimo - o que ocorre é que você nunca pode ficar com mais de 5 títulos em casa. Fora isso, vá a festa. Eles também têm séries, e os dvds das séries ficam separados - isso pode ajudar quem não quer ver por exemplo toda uma temporada de uma série de uma vez, e pode ir locando aos poucos. Filipe locou um Fassbinder e um Pasolini (o segundo vou me esforçar para ver, o primeiro será difícil - o tempo pra ver 5 filmes é até suficiente, mas como os dois primeiros dias foram meio curtos, não vi nada ainda), e eu loquei Os Invasores de Corpos, a versão do Philip Kaufman, com Donald Sutherland, e A Última Noite do Spike Lee, que não vi nos cinemas pq não passou em Cuiabá, e eu obviamente não morava aqui na época ainda. Completando locamos Trágica Obsessão do De Palma, "para o Bruno", e eventualmente eu tbem, é claro, que o Filipe considera o melhor filme do cara, e que não existe em video no Brasil. Cheguei em casa e Bruno via com F que revia, quando o primeiro solta "cara, acho que esse vai ser um dos filmes da minha vida", hehehe. Vi/escutei partes do documentário que vinha junto, coisas impressionantes. Mas ainda não assisti nada, fruto de uma vagabundagem anacrônica (?????).

Fazendo cagadas como sempre, esqueci uma senha.. Tentei todas que costumo usar, mas nada. É trágico.

segunda-feira, novembro 03, 2003

Adotando o costume dos amigos - pra variar - segue abaixo os filmes vistos em Outubro.

Obs.: Em itálico os filmes revistos.

Vai Trabalhar Vagabundo (Hugo Carvana, 1974)
Guerreiros do Inferno (Michael J. Basset, 2002)
Dois Doidões em Harvard (Jesse Dylan, 2001)
Bater ou Correr em Londres (David Dobkin, 2003)
Uma Saída de Mestre (F. Gary Gray, 2003)
Chicago (Rob Marshall, 2002)
Violação de Conduta (John McTiernan, 2003)
Charity, Meu Amor (Bob Fosse, 1969)
Wasabi (Gérard Krawczyck, 2001)
Hell (Ringo Lam, 2003)
Pequenos Espiões 3D (Robert Rodriguez, 2003)
As Aventuras de Rocky & Bullwinkle (Des McAnuff, 2000)
Luna Caliente (Jorge Furtado, 1999)
Tolerância (Carlos Gerbase, 2000)
O Noviço Rebelde (Tizuka Yamasaki, 1997)
Violação de Conduta (John McTiernan, 2003)
Abaixo o Amor (Peyton Reed, 2003)
Um Lugar Chamado Notting Hill (Roger Mitchell, 1999)
Ecos do Além (David Koepp, 1999)
Irreversível (Gaspar Noé, 2002)
Falando de Sexo (John McNaughton, 2001)
Elefante (Gus Van Sant, 2003)
Robinson's Crusoe (Lin Cheng-sheng, 2002)
Encontros e Desencontros (Sofia Coppola, 2003)
O Funeral Yakuza (Hideyuki Katsuki, 2002)
O Signo do Caos (Rogério Sganzerla, 2003)
A Comédia de Deus (João César Monteiro, 1995)
Gozu (Takashi Miike, 2003)
A Música Mais Triste do Mundo (Guy Maddin, 2003)
O Último Mergulho (João César Monteiro, 1992)
Golpe de Estado (Kiju Yoshida, 1973)
Mulheres no Espelho (Kiju Yoshida, 2002)
Vai e Vem (João César Monteiro, 2003)
demonlover (Olivier Assayas, 2002)
Fuga de Los Angeles (John Carpenter, 1996)
Prova de Amor (David Gordon Green, 2003)
A História de Marie e Julien (Jacques Rivette, 2003)
Recordações da Casa Amarela (João César Monteiro, 1989)
Aposta Cega (Li Yang, 2003)
Distante (Nuri Bilge Ceylan, 2002)
Drifters - A Deriva (Wang Xiaoshuai, 2003)
Querendo ir Para Casa (Martin Scorsese, 2003)
Adeus Dragon Inn (Tsai Ming-liang, 2003)
A Captura dos Friedmans (Andrew Jarecki, 2003)
Naquele Dia (Raoul Ruiz, 2003)
A Volta do Filho Pródigo - Os Humilhados (Jean-Marie Straub e Danièlle Huillet, 2003)
Um Filme Falado (Manoel de Oliveira, 2003)
O Passáro das Plumas de Cristal (Dario Argento, 1969)