free as a weird

sábado, junho 17, 2006

Um dia meio sinistro de Copa, pois abre com a notícia da morte do Bussunda, que estava lá, junto de todos que fazem a cobertura. Tenho visto todos os jogos pela ESPN Brasil e não conseguiria imaginar como o falecimento de um humorista de sua maior concorrente poderia abater tanto a equipe, que lembrava a todo momento, em todos os programas a tristeza que o fato gerava. De qualquer forma, faço como um comentário geral também que hoje foi o dia oficial do juiz ladrão na Copa. Depois de nosso querido Oscar Ruiz ontem, tivemos três arbitragens com decisões complicadas. O árbitro do jogo de Portugal e Irã era inconsistente, cheio de dois pesos e duas medidas. O mesmo de certa forma ocorria com o árbitro de Itália e EUA, bem mais rigoroso com os americanos do que com os italianos. Ainda que tenha acertado nas expulsões (a primeira americana talvez fosse um exagero, talvez), marcava qualquer empurrão leve dos americanos, enquanto deixou passar várias trombadas mais fortes dos italianos. Além de ter deixado de amarelar Del Piero em um lance mais forte. Mas não deu um pênalti para a Itália já no fim - só que o pênalti foi bem na frente de um bandeirinha com coração americano, já que deu pelo menos três impedimentos que não aconteceram de jogadores italianos (Luca Toni vai ter pesadelos com ele). O árbitro de Gana e Rep. Checa foi o menos abusado do dia, mas achei que cometia o que pra mim é o mais irritante dos erros, as faltas invertidas, deixou de dar o que pra mim foi uma falta clara no Rosicky no lance em que no contra-ataque Gana acabou ganhando um pênalti.

Portugal não encanta, mas falemos a verdade, o Felipão não é afeito a criar times que encantam. Se for possível encantar os times até o fazem, mas sempre visam resultado. E bem, Portugal está com os resultados. Irã mostrou mais uma vez que apesar das fragilidades e pouca tradição, é um time correto. Pode ser que mesmo eliminado atrapalhe o sonho angolano de uma vitória na Copa. Deco não encantou também em sua estréia, mas deu uma cara melhor ao time, além de ter largado um belo gol. Figo foi a grande estrela do jogo, tanto por ter passado para um gol e sofrido um pênalti, como por ter mostrado que está disposto a terminar sua carreira dentro da seleção portuguesa como uma marca diferente dá que carrega hoje. Jogou com vontade, habilidade, técnica - infinitamente mais do que jogou aquele Figo de 2002.

Gana é um time esperto. Eu disse no meu resumo do grupo que esperava muito do time deles, que achava que transformaria esse no mini grupo da morte, e depois disse após o jogo contra a Itália que o time me decepcionou, por parecer não ter mais que uma boa linha do meio. O time não foi tão mais que a linha do meio - mas essa linha teve uma partida brilhante, de lançamento exatos, usando a velocidade usual dos africanos com inteligência. Appiah, rapaz rodado, comando o meio, armando mais que o comum. Não gostei desse novo posicionamento do Essien, mais como volante, achei que escondeu parte de seu talento, mas ele foi eficiente (talvez o único a cair em relação ao primeiro jogo). E a Rep. Checa não foi a mesma, mesmo que tenha até encantado um pouco no primeiro tempo, quando tocou muito a bola e criou algumas ótimas chances. Se Nedved - em outra partida comum de um jogador nada comum - não estivesse impedido quando cabeceou para um gol anulado, certamente o segundo tempo teria sido outro. E o técnico da Rep. Checa mostrou pq tem fama de ser ousado, mesmo sabendo do risco que era tomar uma goleada por conta do saldo de gols, foi lá e não recuou mesmo quando teve um zagueiro expulso, não fechando o espaço. O time ficou exposto, Gana é muito rápido, mas faltou cerébro pro time africano. Aquele terceiro gol que o rapaz tava impedido foi de uma imbecilidade inacreditável, tanto do dito cujo impedido, que era só tar um passe atrás que não estaria (e continuaria desmarcado), quanto do outro que podia ter batido direto. Não é possível que não saibam que atrás da linha da bola não é impedimento... Isso sem falar nos inúmeros gols antes perdidos, quando Petr Cech provou mais uma vez que é o melhor goleiro do mundo. Além da imaturidade que levou os dois artilheiros de Gana à ficarem de fora do jogo decisivo contra os EUA. Asamoah Gyan, autor do gol mais rápido da Copa, merece o prêmio pelo cartão amarelo mais irresponsável da Copa também, chutou o pênalti sem o apito do juiz, que estava expulsando o zagueiro da Rep. Checa no momento. Cech defendeu Asamoah, dizendo que ouviu um apito da arquibancada - só que Cech foi atento, viu que juiz não estava na marca certa, tanto que nem pulou. Com o ataque reserva, Gana precisa apenas da vitória - só que graças ao último jogo do dia, a tarefa será bem menos fácil do que prevista.

O jogo que tinha tudo para ser o mais tedioso, o enfrentamente entre duas equipes essencialmente defensivas, ganhou em emoção graças a violência. Parece piada, mas é. Com três jogadores expulsos, os espaço foram abrindo, o jogo foi ficando rápido. Os EUA jogavam como o time de 2002 no começo, até que num lance de bola parada a Itália abriu o placar. Achei que fossem sentir o baque, mas não, voltaram a atacar. E também em bola parada, num lance quase bizarro saiu um gol contra de canela. Logo depois De Rossi deu a 29o prova de que não é bem um jogador de futebol e fez um rombo no rosto de McBride. Os EUA atacaram, mas não chutavam no gol (alias, não chutaram no gol em si nenhuma vez no jogo). No final do primeiro tempo, Mastroeni foi expulso e acoisa se igualou, e logo no começo do segundo tempo Eddie Pope levou o segundo amarelo e também foi pra casa, deixando a Itália em vantagem. Só que mesmo com um a mais a Itália seguiu com o expediente de fazer lançamentos longos pro ataque, o que tinha começado a fazer quando teve que tirar Totti para colocar Gattuso (voltando de contusão). Acho que teria sido mais inteligente naquele momento tirar um dos centro-avantes, pra manter a ligação. Logo Del Piero entrou pra cumprir a função de Totti, mas não a fazia a contento, partia muitas vezes em jogada individual. Quase resolveu assim, mas não foi o caso. Os EUA até mereceram vencer, pelos contra-ataques rápidos e bem elaborados, só terminava quase sempre nos pés ou cabeça de McBride, que é meio perna de pau mesmo... Enfim, foi o melhor resultado para a Rep. Checa, que agora precisa vencer a Itália, mas tem a confiança de que Gana enfrentará um EUA também desfalcado, mas também vivo na história, e por isso um adversário chato.

Portugal 2 x 0 Irã - *
Rep. Checa 0 x 2 Gana - **
Itália 1 x 1 EUA - **

No bolão...

Satã - 18
Filipe - 16
Ed - 16
SérGão - 15
Digão - 13
Eu - 13
Ailton - 7
José - 3

Todo mundo fazendo ponto apenas no jogo de Portugal, mas alguns acertando o placar. Amanhã já é dia de Brasil de novo, tomara que jogando melhor, pode ser sofrido mas não precisa jogar mal. Guus Hiddink não é bobo. Além de Brasil x Austrália, tem antes Japão x Croácia, e depois França x Coréia.

sexta-feira, junho 16, 2006

Vamos bem rápido hoje. A Argentina deu show, de verdade. Eu até esperava uma Argentina arrebentando, tanto que apostei 3 à 0, mas desse jeito foi demais. Humilhou, esmigalhou a defesa da Sérvia que tinha tomado só um gol nas eliminatórias. E o melhor: com um banco com Tevez e Messi, o time pode recomeçar aos 15min do segundo tempo com fôlego zerado e talento igual o esmagamento. Coisa de louco.

Holanda e Costa do Marfim fizeram outro belo jogo, especialmente no primeiro tempo, quando a Holanda também atacava. Costa do Marfim teve os primeiros movimentos mais fortes, mas foi a Holanda que abriu, de falta, e ampliou logo em seguida numa bela jogada. Alias, o Van Nistelrooy deve ter tocado pela primeira vez na bola durante toda a Copa no lance do gol. Se o Ronaldão fizer essa parte, já tá valendo. Depois Costa do Marfim foi atrás do prejuizo e também não demorou muito a largar o seu. O resto do primeiro foi lá e cá, jogo veloz. No segundo tempo a Holanda colocou a defesa pra funcionar e pouco atacou, mostrou uma boa defesa, bem sólida, mas impediu o jogo de ser ainda melhor. A Costa do Marfim fez muita pressão, às vezes parecia asfixiantes pra defesa holandesa, mereceram com sobra o gol de empate (poderiam ter tido se o juiz desse pelo menos um dos lances de pênalti a seu favor, apesar que nenhum deles foi grosseiro o bastante pra ser um absurdo). Mas o gol não veio e os mafinenses voltam pra casa sem passar de fase. Mas que venderam caro suas derrotas pros gigantes do grupo, venderam. Drogba, suspenso, não joga o jogo de cumprir tabela com a Sérvia, mas do jeito que tavam os sérvios, periga levarem uma bordoada de CdM também.

México e Angola fizeram um jogo muito ruim no geral, destoando do dia. Teve o seu lado dramático que vale alguma emoção, da Angola lutando até o fim pelo empate, e o México com o time grande desesperado pra não perder dois pontos bobos. O México jogou mal, ficou muito aquém do primeiro jogo, onde mostraram uma resistência fisíca invejável. Angola repetiu o jogo contra Portugal igualzinho, tirando tomar o gol no começo. Deu certo. Confesso que como jogo épico de um time louco pra se salvar não levando um gol e um louco pra se salvar fazendo, Suécia x Trinidad deu de dez à zero.

Argentina 6 x 0 Sérvia - ***
Holanda 2 x 1 Costa do Marfim - ***
México 0 x 0 Angola - bola

No bolão...

Satã - 17
Filipe - 14
Ed - 14
SérGão - 14
Digão - 12
Eu - 12
Ailton - 7
José - 3

Amanhã: Portugal x Irã, Gana x Rep. Checa e Itália x EUA.

Que tal, Parreira?

Essa linha no meio: Zé Roberto - Emerson - Juninho - Káka
Essa linha na frente: Ronaldinho - Adriano

Zé Roberto volta pra sua posição de origem, e Juninho assume a função de cobrir Káka/Cafu, e avançar quando tiver espaço. Mais na frente Ronaldinho fica mais livre, e tem só um pança do seu lado. Eu acho que talvez seja o melhor esquema hoje. Melhor que isso, só se Samuel Eto'o fosse brasileiro...

quinta-feira, junho 15, 2006

Um bom dia de jogos na Copa. O Equador fez uma partida tranqüila, na qual teve o controle total sobre o jogo. A Costa Rica tentou, mas pouco conseguia criar. O Equador foi fatal, fez um gol logo no começo de cada um dos tempos (sua dupla de ataque mais uma vez estufou as redes cada um uma vez), e mais um no fim pra sacramentar uma vitória mais que merecida. Joga por um empate contra a Alemanha.

A Inglaterra sofreu, como sofreu. Trinidad mais uma vez mostrou talento para defesa e contra-ataques rápidos, fez um jogo difícil. Dwight Yorke provando que mais do que nunca ainda é um grande jogador, tendo alterado completamente sua postura em campo com o tempo, jogando como uma espécie de segundo volante que volta pra marcar mas carrega a bola coordenando no ataque. A Inglaterra fez uma partida melhor, mas parecia reeditar as dificuldades alemãs de ontem. Perdeu gols (menos feitos que os da Alemanha, é verdade), teve pelo menos um lance brilhante, lançamento de Gerrard para Beckham, cruzamento milimétrico, que terminou patéticamente num voleio de canela de Crouch... Aos 15min do segudno tempo, Rooney entrou, pareceu estar bem, claro que um pouco fora de ritmo. Mas ele tirou Owen, mantendo o gigante de pivô na área. Mas fez ousadias, como colocar um ponta, Lennon, no lugar do lateral (alias, o mesmo que fez Klinsmann ontem). Aos 40min do segundo tempo enfim acabou o sofrimento, com jogada de Lennon para cruzamento perfeito de Beckham e cabeça certeira de Crouch. Quando enfim parecia tudo resolvido, Gerrard ainda mandou um tirasso de fora que muito se assemelhou ao do Kaka (até pelos dois terem batido com a perna esquerda, na teoria a perna ruim), e fez o segundo. E John Terry merece uma estátua.

A Suécia mostrou evolução em relação ao primeiro jogo, mas segue péssimo nas conclusões. Bobadilla foi menos herói que Hislop na primeira rodada, mas teve seus momentos. O Paraguai deve demais, depende de jogadas individuais de Valdez, não conseguia criar nada. Tentou atacar, mas terminou com três chutes a gol, a maioria de fora da área e sem perigo. A Suécia mereceu por buscar o gol, quase já havia conseguido com Allback antes. Tentou, tentou, e aos 89min, fez. Foi desesperador para os paraguaios, eliminados no fim, mas também para o pessoal de Trinidad, que tem tarefa difícil agora para se classificar, já que depende do tropeço sueco (que é bem possível, claro). Mas que eles tem time pra vencer o Paraguai, tem sem a menor dúvida.

(é, tinha esquecido das cotações)
Equador 3 x 0 Costa Rica - **
Inglaterra 2 x 0 Trinidad & Tobago - **
Suécia 1 x 0 Paraguai - *

No bolão...

Satã - 14
Filipe - 13
Ed - 13
Digão - 12
Eu - 11
SérGão - 11
Ailton - 4
José - 3

Amanhã é um dia promissor, já que vêm aí a segunda rodada do grupo da morte. Argentina x Sérvia, Holanda x Costa do Marfim, e ainda México x Angola.

quarta-feira, junho 14, 2006

Mais um complemento, uma seleção da primeira rodada pelo que fizeram em campo, no clássico 4-4-2:

Hislop (Trinidad & Tobago)

Sérgio Ramos (Espanha)
Nesta (Itália)
Juan (Brasil)
Lahm (Alemanha)

Xavi (Espanha)
Rosicky (Rep. Checa)
Káka (Brasil)
Schweinsteiger (Alemanha)

Robben (Holanda)
Crespo (Argentina)

(quem sabe o Riquelme ali empatado com o Schweinsteiger, mas posso estar sendo influenciado pelo fraco segundo jogo do alemão)

E meus palpites para a segunda rodada completa:

Equador 2 x 1 Costa Rica
Inglaterra 3 x 0 Trinidad & Tobago
Suécia 1 x 1 Paraguai

Argentina 3 x 0 Sérvia
Holanda 1 x 2 Costa do Marfim
México 3 x 0 Angola

Portugal 2 x 1 Irã
Rep. Checa 3 x 1 Gana
Itália 2 x 1 EUA

Japão 2 x 1 Croácia
Brasil 2 x 1 Austrália
França 2 x 1 Coréia

Togo 1 x 1 Suiça
Arábia 1 x 2 Ucrânia
Espanha 2 x 3 Tunisia

editado 18/06 às 18h33, o placar de Espanha e Tunisia - bolão-arte é isso aí...

Dia que marca o fim da primeira rodada e o começo da segunda, dia também de surpresas. Que começaram logo cedo, com uma surpreendente Espanha que corajosa, barrou o experiente Raúl em favorecimento de uma dupla mais jovem de ataque, com David Villa e Fernando Torres. Que também trouxe entre seus titulares Marcos Senna, com ótima atuação no primeiro tempo. O time espanhol comandou as ações, jogava rápido, com vontade. Fez gols meio que sem querer também, mas o que interessa é bola na rede. Xabi Alonso de nuca e Villa batendo falta que explodiu na barreira e entrou abriram o placar logo cedo. O time da Ucrânia mostrava zero de capacidade de criação, tentando levantar bolas na área para um péssimo fisicamente Schevchenko, bem abatido. No segundo tempo os espanhóis trataram de selar logo o time ucraniano que esboçou alguma reação, num lance no minímo suspeito em cima de Fernando Torres, que gerou a expulsão de um ucraniano e a consagração de David Villa mais uma vez, batendo pênalti (que o goleiro quase pegou). No final em uma jogada linda, Torres fechou a goleada em 4 à 0. A Ucrânia, sensação das eliminatórias européias, muito decepcionou. Lembrou a Croácia de ontem, mas com menos força de vontade. Vão ter que batalhar duro agora contra os islâmicos para passar de fase. Jogando como jogou, não vai. A Espanha anima muito, mas sempre levanta desconfiança, já que adora surpreender negativamente. Não será uma total surpresa se ficar num empate com a Tunisia no próximo jogo mesmo depois da estréia fulminante.

Quando digo que vale a pena acompanhar todos os jogos com o mesmo afinco, falo sério. Arábia e Tunisia tinham tudo pra fazer o jogo menos interessante desta rodada, mas fizeram um dos melhores. Talvez não em nível técnico, passes precisos e afins, mas em força de vontade, emoção, foi um jogo que deu gosto de ver. Duas seleções ofensivas, querendo vencer à todo custo. Não são times brilhantes, talvez nem bons (a Tunisia no primeiro tempo foi um time bom, de verdade). Ambos sofreram com cortes por contusão. Mas fizeram um jogo aberto, de vida ou morte, sabendo que ali estaria sendo jogado seu futuro na Copa. Para os ucranianos, nada melhor, visto que com a vitória de um dos dois sua situação seria mais difícil, pelo saldo. A Tunisia dominou o primeiro tempo, jogava de forma coerente táticamente, mostrava habilidade, enquanto os arábes só combatiam com vontade. Com a Tunisia levando o jogo por 1 à 0 no primeiro tempo, os africanos voltaram mais desencanados, desfocados. E a Arábia voltou fulminante. Atacou, atacou, atacou. Mal dava espaço pra Tunisia respirar. Os ataques nem sempre levavam perigo, mas o técnico Marcos Paquetá foi colocando mais atacantes em campo, aumentado o sufoco. Perderam alguma chances claras, uma delas com o Noor, que torcedores são-paulino devem se lembrar do Al-Ittihad. Foi ele quem deu a assistência para o gol de empate da Arábia. Que não muito depois virou a partida, com gol de um veterano que jogou todas as últimas quatro Copas da Arábia. Quando tudo parecia perdido, a Tunisia se reanimou e foi pra cima pra tentar um tiro final e deu certo: de cabeça conseguiram o empate. Emoção não faltou.

Decepção. Parecia ser isso o sentimento nos olhos dos alemães. Decepção pq Michael Ballack não jogava bem, pq o ataque perdia infinitos gols, pq a atuação não se comparava a do primeiro jogo. Na transmissão do primeiro jogo na ESPN BR, Gerd Wenzel havia dito que na Alemanha se têm como fato que a seleção ganha em força individual com a presença de Ballack, mas que joga muito melhor coletivamente falando em sua ausência, pois não concentra as jogadas nele. Esta partida contra a Polonia é a prova exata de que eles estão certos: Ballack apagado, jogou mais defensivamente do que armando. Dava toques de lado e não dava fluxo ao time. Fazia lançamentos longos tediosos e sem sentido. O time ainda teve alguns lampejos bons no primeiro tempo, perdeu pelo menos dois gols feitos (um com Klose, outro com Podolski), e mais algumas chances. Sempre que o lateral-esquerdo Lahm sobe ao ataque, uma bela jogada surgia. Mas o time não estava bem, e teve a sorte da Polonia ser ruim ofensivamente, não conseguindo criar muito sempre que roubava a bola (e roubava muitas). No segundo tempo a Alemanha volta morta, sem criar grandes chances, a Polonia começa a tomar mais conta do jogo, mas para sorte alemã, não sabe finalizar (outro time que não sabe fazer gols...). Klinsmann tenta colocando Odonkor pra passar a ter um time bem mais ofensivo, ele corre muito, tenta dar um ânimo, mas parece sozinho. Schweinsteiger, apagado também no segundo tempo, não era nem sombra do seu normal. Ballack, que é naturalmente superestimado, também não era sombra do normal (o que significa que jogava mal à beça). Ele troca um dos atacantes e espera. Odonkor estufa as redes mas Ballack que tinha lhe passado a bola estava impedido - detalhe que Klose havia cabeceado no travessão e Ballack sozinho chutado ela no mesmo travessão na sobra. Aos 46min, como que por um milagre pros já desesperados torcedores no estádio, Neuville faz o gol salvador. Nem tudo está tão mal: a defesa alemã mostrou uma séria evolução em relação a primeira partida, não propriamente brilhou, mas não parece ser a palhaçada que o primeiro jogo sugeriu.

Espanha 4 x 0 Ucrânia - ** (com muitos momentos de *)
Tunisia 2 x 2 Arábia - ** (com muitos momentos de ***)
Alemanha 1 x 0 Polonia - *

No bolão...

Satã - 12
Filipe - 11
Ed - 10
Eu - 9
Digão - 8
SérGão - 6
Ailton - 4
José - 3

Muita gente ficou perto de zerar (eu incluso) caso a Alemanha não metesse o gol aos 46min...

Putz, tá tarde e hoje não vai rolar maiores comentários sobre os jogos do dia. Fui ver o do Brasil na casa do Cleber na companhia de tantos outros (a regra é que se der algo errado com a Austrália, do Japão pra frente todos os jogos tem que ser visto com esse grupo reunido) e ficamos por lá até agora. Digo que Coréia e Togo foi fraco, Togo o estereótipo africano no pior sentido do termo, pancada e chutão pra frente pra corrida (fizeram um gol assim). Coréia muita decepção, time covarde. Mas conseguiu a vitória de virada contra um Togo com jogador a menos. França e Suiça, outro desastre. Jogo ruim, a Suiça mostrou pouco mas levou mais perigo, a França mostrou capacidade com a bola no pé, mas nenhuma pra fazer gol. Jogo ruim. Brasil e Croácia, não fosse o fator torcida, teria também sido o terror na Terra. Foi bom apenas pelo ponto de vista de que o Brasil tomou um susto vencendo, e quem sabe isso ajude pros próximos jogos. E Ronaldão, meu Deus. Fugindo da bola, um troço assustador. Adriano no primeiro tempo uma lástima também, vinha buscar a bola e errava todas. Quando Robinho entrou deu um alivio danado no time. Que está absolutamente dependente da dupla Káka-Ronaldinho - o bom é que estamos maravilhosamente servidos nesse sentido, já que numa jogada individual Káka ganhou o jogo pra nós. O foda é que reclamou-se muito de tantos times que fizeram gol rápido e depois fizeram jogo sofrido pq tavam com o jogo resolvido; o Brasil passou por esse mesmo jogo sofrido, mas só foi fazer um gol no final do primeiro tempo....

Togo 1 x 2 Coréia - bola
França 0 x 0 Suiça - bola
Brasil 1 x 0 Croácia - *

Atualização do bolão:

Filipe - 10
Satã - 10
Ed - 8
Eu - 8
Digão - 7
SérGão - 5
Ailton - 4
José - 3

Fui o único que pontuei no da França, mas o único que não pontuei no da Coréia, hehe. Lembrando que amanhã abre a segunda rodada já, com o jogo da Alemanha. Por isso peço pro Satã, que deixou a rodada toda de uma vez, que já deixe a próxima (ou pelo menos esse jogo), ou ele vai ficar com um jogo a menos hoje. Deixo aqui meu palpite pra esse jogo Alemanha x Polonia, e amanhã a noite posto o resto dos jogos.

Alemanha 3 x 1 Polonia

segunda-feira, junho 12, 2006

Dia importante na Copa, já que todos em campo são adversários ou possíveis adversário do Brasil. O dia abriu com nossos companheiros de grupo em um jogo surpreendente entre Japão e Austrália. Os japoneses começaram melhor, mostravam habilidade e algum QI defensivo. A Austrália atacava com mais vontade, mas com alguma truculência, sempre jogadas de apelo fisíco. Num lance meio bizarro, Nakamura cruzou a bola na área, o goleiro se atrapalhou entre atacantes e zagueiros e a bola entrou direto. Muitos disseram que foi falta, alguns até de que foi um absurdo... Confesso que vendo o lance umas 10 vezes tenho dúvidas, acho que foi mais bobeira do goleiro que qualquer outra coisa. E, se vendo tantas vezes ainda ficam dúvidas, dá-se um crédito a arbitragem. Depois do gol os ataques japoneses eram cada vez menores, e eles mostravam uma incrível habilidade em não chutar ao gol - pior, faziam jogadas pelas laterais o tempo todo cruzando pra área, sendo que seu time é ruim pelo jogo no alto (até pela estatura geral). A Austrália manteve o ataque constante, teve algumas boas chances, evitadas pelo goleiro japonês. O segundo tempo volta com os australianos mais espertos, parecendo mais cientes do jogo japonês, e o técnico Guus Hiddink dando um show de ousadia, tirando um volante e colocando um meia mais ofensivo, e logo depois colocando mais um atacante (ele saiu com apenas um de origem). A Australia começava a pressionar insanamente o Japão, que contra-atacava pouco. Mas quando parecia que a injustiça se faria presente em campo, Guus Hiddink colocou John Aloisi, quase artilheiro da última Copa das Confederações (ser quase artilheiro é ótimo, hehe). Foi quando a Austrália fez o movimento fatal. Após mais uma boa defesa numa falta batida pela próprio Aloisi, o goleiro falhou feio na saída, e a bola sobrou para Cahill bater prum gol livre. Eram cerca de 39min do 2oT. O mesmo Cahill surgiu e virou a partida aos 43. E Aloisi fez bela jogada entre a zaga pra fazer o terceiro nos acréscimos. É verdade que o primeiro grave erro de arbitragem da Copa aconteceu aqui: logo após o empate australiano, o ala-direito japonês foi acertado por baixo já sem a bola dentro da área, e o juiz deu apenas escanteio, seria um pênalti pra mudar o jogo.

Mais tivemos uma República Checa provando ao mundo que não seria mais uma equipe sensação a naufragar na Copa. Os EUA mostraram muita fragilidade, mas foram os checos quem saltaram aos olhos no jogo. Com ums estratégia brilhante, o time abriu o marcador logo aos 5min numa bela jogada explorando a altura de Köller, e passou a chamar os americanos pro jogo. Com muitas dificuldades enquanto tinham a bola no pé para criar, o time americano ia se expondo aos golpes da equipe checa. Não fosse uma bola na trave, e os EUA teriam passado todo o primeiro tempo com mais de 60% de posse da bola sem criar um risco ao gol de Peter Cech. Muito mais perigoso em seus rápidos ataques, a Rep. Checa meteu o segundo num tirasso de fora da área de Rosicky. Voltaram ainda mais tranqüilos pro segundo tempo, mas ao contrário do que muitas seleções fizeram até aqui, não recuaram e continuaram a manter um fluxo de jogo, mandavam no ritmo, se quisessem apertar pra aumentar o placar até poderiam fazer, mas mantinham o jogo sobre controle. Os EUA colocaram mais um atacante mas pouco conseguiram criar, ainda menos que no primeiro tempo. Rosicky tentou outro de fora da área, explodiu no travessão. E em mais um genial contra-ataque rápido, Nedved puxou a marcação e colocou pra Rosicky entrar sozinho e meter mais um. E tiveram chances de meter o quarto. A nota ruim é que, já não bastasse Smicer cortado antes da Copa e Baros sem condições de jogo pra essa primeira partida, o gigante Jan Kôller sofreu uma leve lesão e só volta na próxima fase da Copa.

O jogo entre Itália e Gana não surpreendeu pela Itália, que não aplicou como se esperava um 4-3-3, com Totti se posicionando mesmo no meio. E começou mal, com o Marcelo Lippi sendo covarde e prefetindo Perrota pra marcar à Camoranesi. Mas me surpreendeu por Gana, de quem eu esperava bem mais objetividade no ataque. O time de Gana além dos problemas ofensivos, parecidos com os apresentados pelo Japão, não criavam situações de finalização, só rondavam a área o tempo todo parando na marcação italiana eventualmente, mostrou uma defesa muito falha, com um goleiro que sai mal pacas do gol (mas fez boas defesas quando debaixo das traves). A Itália até teve uma movimentação legal, usou muito bem o contra-ataque, mas poderia ter ousado mais contra um time que não ia a lugar nenhum. A Gana só exibiu uma boa linha no meio-campo, que sabia carregar a bola, mas não fez muito além disso. Até Angola, talvez com menos talento, ousava e fez mais. A Itália abriu o placar numa jogada ensaiada, com o escanteio rolado para um desmarcado Pirlo bater de fora da área. No segundo tempo outro bom contra-ataque onde Iaquinta contou com a ajuda do super experiente zagueiro Kuffour, vivendo um dos momentos mais tristes de sua carreira, que lhe deu um belo passe para o segundo gol. O trio de arbitragem foi brasileiro, liderados pelo Simon. Erraram um pouco, mas acho que menos gravemente do que se falava no Bate Bola depois do jogo. Teve um pênalti a favor de Gana que parece ter sido, eu achei que sim mas não me surpreenderia se uma câmera inversa mostrasse que não, e um lance onde um zagueiro meteu um carrinho por trás no Iaquinta quado este estava impedido. Naturalmente o impedimento foi antes logo não há falta, mas o cartão - pelo menos amarelo, possivelmente o vermelho - tinha que ter rolado. Foi um dos jogos com mais clima de briga, apesar das poucas faltas que fez, quando a Itália batia não era de brincadeira, e Gana batia coletivamente.

Japão 1 x 3 Austrália - * (daria ** pros últimos 10min apenas)
Rep. Checa 3 x 0 EUA - **
Itália 2 x 0 Gana - *

No nosso bolão, as coisas andaram hoje. Nosso líder Filipe não fez nenhum ponto - mas seu perseguinte el Satã, fez apenas 1, empatando a disputa. No mais José Roberto e Ailton entraram na parada, e com nosso ritmo lento, nos alcançam rápido. Alis, SerGão prêmio gênio da vez, deixou um comentário de madrugada zoando o fato do Filipe líder mas não deixou um palpite! Se repetisse o desempenho de ontem já ia estar a 2 pontos da liderança hehehe. A classificação:

Filipe e Satã - 8
Digão, Ed e Eu - 6
SérGão - 3
Ailton - 2
José - 3

Amanhã é o dia da verdade, até que enfim. Mas antes da nossa hora, França x Suiça e Togo x Coréia (esse promete, hehe) jogam, e aì as 16h é hora de Brasil x Croácia. Deixem seus palpites quem ainda não deixou (além do meu e de Satã que estão posts abaixo, Ed e Digão já deixaram os seus no post debaixo).

domingo, junho 11, 2006

Terceiro dia, rotina já tomou conta do local. O dia começou bem com uma boa partida entre Sérvia e Holanda, os sérvios mais defensores que atacantes, jogam melhor quando não tem a necessidade de atacar. Por isso seus melhor momentos estiveram nos primeiros 15min, quando ainda com o 0 à 0 no placar tiveram a calma de quase abrir o placar, num lance estranho em que dois jogadores do time foram pra mesma bola e acabara furando juntos. A Holanda apresentou futebol mais vistoso, nos estilo clássico holandês, bem ofensivo, Robben sendo o guia do time. Além de ter infernizador desde o começo a defesa sérvia com seus dribles e infiltrações, largou o único gol do jogo, em belo passe de Van Persie. Depois disso com a obrigação de sair os sérvios se complicavam mais, e foram ficando acuados, com a Holanda perdendo chances de aumentar. No segundo tempo a Sérvia voltou com a cabeça mais no lugar mas ainda com dificuldades de criar. Tentou muito, teve algumas chances, mas ainda sofria com os contra-ataques rápidos e talentosos do time holandês, que podia ter aumentado a diferença. O resultado final é justo, mas magro em um jogo que merecia mais gols. A nota dissonante no time Holandês foi o veterano centro-avanta Van Nistelrooy, apagadasso o jogo inteiro.

O segundo jogo do dia perdi os primeiros 20min, pq tava impossível de abandonar a final de Roland Garros na ESPNi. Informa o pessoal da ESPN BR que o Irã começou mais em cima - a partir do que peguei eles atacaram ainda, mas sem grande objetividade. O México explorava as bolas paradas de todas as formas. Foi assim que chegaram ao primeiro gol, em uma espécie de jogada ensaiada em que Franco cabeceia para que Bravo fizesse por baixo sozinho o gol. Alias, a dúvida que coloquei aqui o técnico Lavolpe tinha sobre usar Franco ou Bravo ele resolveu usando os dois, com Bravo vindo mais de trás e Franco na frente junto com Borgetti. O Irã conseguiu empate pouco depois, também em jogada pelo alto numa bola mal espalmada pelo goleiro Sanchez. No segundo tempo o México dominou, esbanjando forma fisíca, se mantendo inteiros até o último minutos. Conseguiram passar bem mesmo com contusão muscular de Borgetti. A força fisíca não era o bastante, pois o time carecia de objetividade, tocava a bola, roubava ela rápidamente sempre que em posse do Irã, que fez um terrível segundo tempo, mas não conseguia criar situações de gol. Até que conseguiu o segundo gol, num erro de saída de bola rápida do Irã, num passe brilhante do brasileiro Zinha para Omar Bravo fazer o seu segundo no jogo. Zinha ainda armou mais uma jogada e recebeu na área pra fazer de cabeça um terceiro, com o time do Irã já entregue. O Irã não está morto, mas vai precisar de mais fôlego no jogo de vida e morte com Portugal.

Fechando o dia, Portugal e Angola começou arrasador. Logo aos 9s no que seria o gol mais rápido da história das copas Pauleta tocou na saída do goleiro angolano e a bola raspou a trave. Logo depois, Figo entortou um zagueiro angolano e deu no pé de Pauleta para ele fazer o primeiro de Portugal. Mas foi o único. Jogando mal e sem encantar ninguém, a partir daí o futebol de Portugal foi se aquietando, o time tendo algumas chances boas de gol mas nunca convencendo. Angola ganhou até coragem para criar e ter suas chances. Foi assim também no segundo tempo, com a única diferença de que Portugal voltou um pouco mais respeitoso quanto ao futebol angolano, que voltou a criar algumas chances. O time sentiu muito a falta de Deco que não jogou com uma contratura na coxa, mas isso não é desculpa o bastante pra jogar mal como jogou.

Sérvia 0 x 1 Holanda - **
México 3 x 1 Irã - **
Portugal 1 x 0 Angola - *

Sobre o bolão, eu disse que SerGão iria bem - fez pontos em todos os jogos. Aí vai o resultado parcial:

Filipe - 8
Satã - 7
Eu e Ed - 5
Digão - 4
SérGão - 3

Amanhã tem Japão x Austrália, EUA x Rep. Checa e Itália x Gana. Deixem suas apostas quem ainda não deixou.